Nota pública: Leilão público do porta-aviões São Paulo 6g4l42
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Reinstein e Giannasi em visita a parlamentares americanos no Capitólio para conscientização dos riscos do amianto e da necessidade do seu banimento. Atualmente, a fibra assassina está proibida na quase totalidade dos países industrializados. No Brasil, em novembro de 2017, o STF proibiu o uso em todo o território nacional. Foto: Arquivo pessoal
O consumo anual do amianto nos Estados Unidos caiu de 803.000 toneladas, em 1973, para menos de 800 toneladas, em 2016.
O declínio do mineral fibroso deveu-se a questões de saúde e responsabilidade legal associadas aos danos que ele mineral causa. Afinal, é comprovadamente cancerígeno. Mas, lá, a “fibra assassina”, como é conhecido, não foi banida.
Ele ainda é utilizado na indústria de cloro-álcalis ou cloro-soda. O cloro tem como destinação principal a cadeia do plástico e seu uso como desinfetante (componente da água sanitária).
Já a soda cáustica serve de base química na fabricação de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel e, por suas propriedades corrosivas, também é usado para desobstruir encanamentos e sumidouros. A produção de cloro e soda cáustica se dá na agem de corrente elétrica por uma mistura de água e sal (salmoura).
Essa reação físico-química separa os elementos químicos que não são encontrados em quantidades suficientes na natureza para suprir as necessidades da indústria de transformação. O último produtor americano do mineral amianto naquele país encerrou suas operações em 2002.
Desde então, eles dependem totalmente de importações e o Brasil é o seu maior fornecedor. De 2016 a 2019, o Brasil respondeu por 86% do amianto importado pelos EUA para consumo interno; a Rússia, pelos 14% restantes.
No final de janeiro de 2021, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês) divulgou um relatório com dados de 2020 sobre as importações de amianto pelos americanos.
Ele revela que os Estados Unidos importaram do Brasil cerca de 300 toneladas brutas de amianto crisotila, ou amianto branco, em 2020. Um aumento de mais de 30% em relação a 2019.
Em resposta ao relatório do serviço americano, Linda Reinstein e Fernanda Giannasi divulgaram uma nota conjunta (, o original em inglês ).
Linda é cofundadora e presidente de uma entidade nos EUA, a Organização de Conscientização para as Doenças do Amianto (ADAO)
Fernanda é fundadora da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA).
Em nome da ADAO e da ABREA, elas pedem à Agência Proteção Ambiental (EPA) e ao Congresso dos Estados Unidos que parem as importações e o uso do amianto brasileiro.
Abaixo, a íntegra da nota conjunta.
Trisha Noble, estrela de ‘Star Wars’, acaba de ter sua morte confirmada aos 76 anos. A atriz, que apareceu em dois filmes da saga 'Star Wars', morreu após uma batalha contra o mesotelioma, segundo informou o Daily Mail. Noble morreu no dia 23 de janeiro, dias antes do seu 77º aniversário, de complicações de um tumor causado por fibras de amianto.
Na franquia 'Star Wars', Noble fez o papel de Jobal Naberrie, a mãe de Pé Amidala, interpretada por Natalie Portman. Ela pode ser vista em 'Star Wars: Episódio 2 – Ataque dos Clones', de 2002, e 'Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith', de 2005. No entanto, suas cenas foram cortadas da versão final do Episódio II e aparecem apenas nos extras de DVD.
A australiana começou a carreira no programa de TV 'Bandstand' e estrelou séries como 'Executive Suite' e 'Strike Force'. Ela também interpretou Miss Jacobs/Mrs. Crown na produção australiana de 2017 de 'Ladies in Black'.
Link: https://revistamonet.globo.com/Noticias/noticia/2021/02/estrela-de-star-wars-morre-aos-76-anos.html
Cobrança de Emidio foi feita por meio de requerimento (Foto: Divulgação / José Antonio Teixeira / Alesp)
O deputado estadual Emidio de Souza (PT) cobrou do governo do estado, por meio de um requerimento, informações sobre os recursos que deveriam ser reados para a Prefeitura de Osasco construir um monumento em homenagem às vítimas do amianto na cidade.
Em 2017, o então deputado estadual Marcos Martins (PT) atendeu um pedido da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA) e fez uma indicação de emenda impositiva no Orçamento de 2018. Com isso, garantiu o ree de R$ 200 mil para a construção do monumento. Desde então, a Secretaria de Cultura de Osasco aguarda a liberação dos recursos para viabilizar a obra.
No documento, Emidio questiona a razão do ree ainda não ter sido feito e pergunta em qual órgão os recursos estão parados. "É absurdo que uma emenda impositiva de 2018 ainda não tenha sido liberada. O Governo do Estado precisa esclarecer essa situação", finaliza o parlamentar.
Banido em mais de 60 países e proibido no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por conta dos riscos à saúde humana, o amianto continua sendo explorado em Minaçu, no norte do estado de Goiás, onde há uma das maiores jazidas do minério no mundo.
O processamento é feito pela mineradora Sama, do grupo Eternit, única a manipular o Amianto no país, e está amparado pela lei estadual 20.514, sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), em julho de 2019.
Desde fevereiro, a Sama já vem explorando o mineral usado para a fabricação de telhas e caixas d 'água com base na lei estadual. Há poucas semanas, a mineradora foi além ao anunciar a retomada de escavações para a continuidade das operações.
O envio do produto para outros países é a principal justificativa dada pela empresa para seguir com a atividade. A exportação do minério também foi citada pela Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE) para tentar justificar a validade da lei controversa.
Do outro lado do mundo, Pooja Gupta, coordenadora nacional da Rede Indiana de Banimento ao Amianto (Iban) afirma que a postura da Eternit de exportar o amianto produzido no Brasil é “desumana”.
“A Eternit sempre soube que o amianto que promove é perigoso e ainda assim optou por fazer negócios. Eles viram o que aconteceu na Bélgica e como as pessoas ainda estão morrendo por causa do amianto. Eles consideram o lucro mais do que as pessoas e isso é a coisa mais desumana que qualquer um pode fazer”, aponta a ativista indiana.
Ao lado dos Estados Unidos, Indonésia e outros países asiáticos, a Índia é um dos lugares onde o amianto ainda é permitido para uso industrial.
O anúncio da retomada, na opinião de Gupta, é preocupante, pois se dá em um contexto onde a Índia vinha de uma redução nas importações do amianto brasileiro, a partir de 2018.
“A vida dos trabalhadores indianos é menos valiosa do que a dos brasileiros. É triste ver que o governo brasileiro não está pensando nos trabalhadores e nas famílias de outros países”, considera.
Lei inconstitucional
A Eternit, que registrou um lucro de R$ 40 milhões no terceiro trimestre de 2020, ainda não informou a data da retomada das escavações.
Em entrevista recente ao jornal O Estado de São Paulo, o CEO da Eternit Luís Augusto Barbosa, afirmou que a empresa se prepara para abrir "um novo capítulo” em sua história, com investimentos na produção de telhas fotovoltaicas em substituição à matéria-prima cancerígena.
Na avaliação de juristas, a lei goiana que libera o amianto no país é uma afronta ao STF. Em tramitação na Suprema Corte, uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) de autoria da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) questiona a lei sancionada por Caiado.
Ao lado de Davi Alcolumbre, presidente do Senado e de uma comitiva de senadores, o governador de Goiás visitou a Sama pouco antes da lei entrar em vigor, assumindo a missão de liberar o amianto no Brasil.
Caiado chegou a receber a quantia de R$ 300 mil por parte da Sama para apoiar sua campanha ao Senado Federal na eleição de 2014, na qual saiu eleito.
Para Mauro Menezes, advogado da ANPT, a lei é "vergonhosa" e ite que os prejuízos à saúde relacionados à nocividade do mineral "podem ser tolerados" por contaminar pessoas em outros países.
“É uma lei inconstitucional. O banimento, a proibição, ela é absoluta. Nós estamos diante de um desafio, de uma desobediência, de um ato, portanto, clandestino do estado de Goiás, que se valendo de sua competência legislativa, tenta suplantar e ignorar uma decisão do Supremo Tribunal Federal”, explica.
O recurso da ANPT ainda está em tramitação sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, o que vem dando sobrevida à lei estadual até o julgamento final.
Sama omite riscos à saúde
O antropólogo Arthur Pires Amaral morou por dez meses em Minaçu, investigando os casos de 13 ex-funcionários da Sama que se consultavam com a junta médica da mineradora - seis deles morreram. Da experiência foi publicada a tese de doutorado, Com o peito cheio de pó, defendida na Universidade Federal de Goiás (UFG). Os sintomas observados pelo acadêmico eram diversos.
“Insuficiência respiratória aguda e progressiva, tosse constante, cansaço extenuante. Muitos deles, à medida que a doença agrava, iam precisando de balões de oxigênio, até chegar ao ponto de ficar 24 horas inalando oxigênio. Eu conheci famílias que relataram que os maridos tiveram hemorragia interna, seja por conta de câncer de pulmão ou do fígado, então vomitavam sangue”, conta.
Em fevereiro, uma reportagem publicada pelo site The Intercept Brasil, já havia revelado que médicos pagos pela mineradora ocultavam as doenças causadas pelo amianto nos trabalhadores.
Além da asbestose e do câncer de pulmão, o minério também provoca câncer de laringe e câncer de ovário. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de 107 mil trabalhadores morrem por ano em decorrência da exposição ao amianto -- cujo setor representa 63% de todos os cânceres ocupacionais.
Em Minaçu, a extração do amianto é quem gera emprego e receita ao município. Pelas ruas, é defendida mesmo por trabalhadores da mineradora -- que estão submetidos aos riscos.
Para Arthur, a “culpabilização moral” do trabalhador pelo próprio adoecimento é uma dinâmica da cidade.
“A culpa não é do trabalho com o minério cancerígeno, a culpa é porque ele não usava máscara, é porque consumia bebidas alcoólicas. Evita-se falar do adoecimento, sabe-se através de rumores, ou pela própria experiência de um vizinho de um familiar que muitas pessoas morreram ao longo de todas essas décadas, mas é criado um pacto de silêncio”, afirma.
Outro lado
O Brasil de Fato entrou em contato com a Eternit, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.
As maquiagens em pó baseadas em talcos, como blush e sombra para os olhos, são comuns nas prateleiras das perfumarias e correspondem a parcela expressiva dos produtos disponíveis no mercado de cosméticos, mas um estudo publicado na Environmental Health Insights no mês ado sugere que o uso e inalação de algumas marcas podem causar danos à saúde.
Isso porque pesquisadores americanos descobriram a presença de traços de amianto — um mineral fibroso tóxico que pode causar câncer e outros problemas pulmonares — em 1 a cada 7 cosméticos de beleza analisados em laboratório.
Ao todo, foram analisados 21 produtos cosméticos comercializados nos Estados Unidos e feitos de talco, incluindo sombra para os olhos, pó facial e corporal e kits de maquiagem infantil. A amostragem pequena não dá conta da dimensão do problema. Mas o estudo científico revelou que em 3 dos 21 cosméticos testados havia uma quantidade mensurável de amianto. As marcas das maquiagens analisadas não foram relevadas.
Uma das 3 amostras com traços de amianto, que não tem quantidade segura para exposição, era um kit de maquiagem para crianças — que vinha, inclusive, acompanhado de um brinquedo.
“Acho que as pessoas deveriam se preocupar. Um em cada sete não é pequeno — eu uso mais de sete produtos de higiene pessoal. Eu definitivamente dei uma olhada em meus produtos depois que fizemos este estudo”, disse disse Nneka Leiba, um dos autores da pesquisa, ao site Business Insider.
A nossa querida amiga e “irmã” italiana Agata Mazzeo acaba de publicar o livro “Poeira Interna. Lutando e Vivendo com os desastres relacionados ao amianto no Brasil”. A nossa querida amiga e “irmã” italiana Agata Mazzeo acaba de publicar o livro “Poeira Interna. Lutando e Vivendo com os desastres relacionados ao amianto no Brasil”.
Ela deixou uma mensagem.
“É com imenso prazer e gratidão para quem me apoiou, incentivou e inspirou, que posso anunciar que o meu livro “Dust Inside. Fighting and Living with Asbestos-Related Disasters in Brazil” (“Poeira Interna. Lutando e vivendo com os desastres relacionados ao amianto no Brasil”), publicado pela editora Berghahn Books, agora está disponível em versões de e-book e impressa.
Agradeço a todos e a todas as ativistas os quais, desde 2009, tive a honra de conhecer e que me permitiram acompanhar as suas lutas contra as injustiças provocadas pelo mercado tóxico do amianto no mundo, me recebendo e compartilhando comigo as suas experiências de sofrimento e luta.
Em particular, agradeço os militantes e as militantes da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA) com os quais conduzi a minha pesquisa etnográfica no Brasil. Obrigada!
Pelo link abaixo, a introdução e o índice dos conteúdos podem ser baixados.Com o código MAZ310, válido até 31/12/2020, se pode ter um desconto do 50% na compra da versão impressa, fazendo o pedido diretamente pelo site de Berghahn Books" .
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É uma honra termos colaborado a Agata Mazzeo, uma grade amiga e pesquisadora que nos orgulha muito.
Obrigado por ampliar nossa voz e nossa luta.
A direção da Abrea