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Osasco Entrega Memorial Em Homenagem Às Vítimas Do Amianto 5jz4z

A Prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (SETRE), em parceria com a ABREA (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), entrega no dia 10 de dezembro, às 10h, um memorial em homenagem às vítimas do amianto. Para este evento, estão confirmadas delegações de outros estados brasileiros e de outros países que também lutam pelo banimento do amianto. 47163x

Composto pela obra do artista brasilense W. Hermusch, o memorial terá uma escultura chamada “Árvore-Pulmão”, que materializa metaforicamente a luta pela vida de milhares de vítimas do mineral cancerígeno, que no final da vida não conseguem mais respirar em virtude das doenças provocadas pela fibra mortal. 

Além da Árvore-Pulmão, com sete metros de altura, o Memorial terá um com o nome de mais de 600 pessoas que morreram em virtude da exposição ao amianto. “Nesta tragédia do amianto, os obreiros entregavam inocentemente o seu cotidiano ao trabalho, que acreditavam estar garantindo o seu sustento e de suas famílias e, por conseguinte, a vida. A cada dia, entretanto, estavam sendo lentamente envenenados. Esta contradição cruel é o que a Árvore-Pulmão expressa”, salientou Hermusche.

O Memorial será instalado na Praça Expedicionário Mario Buratti, nas proximidades de onde se situava a Eternit, a maior das unidades da multinacional suíça nas Américas, conhecida produtora de telhas, tubulações, caixas d’água e outros artefatos de cimento-amianto, e que permaneceu na cidade por 56 anos, entre 1937 a 1993, deixando para trás um enorme ivo socioambiental, um legado de contaminação e morte, como fez em vários países, principalmente Itália e Bélgica. 

“É uma tristeza sermos conhecidos como a capital nacional das vítimas do amianto, e em nada este memorial repara a perda dessas vidas, mas nossa intenção é eternizar seus nomes num espaço público para que sirvam de exemplo e que suas famílias saibam que reconhecemos a luta. Quem sai de casa todo dia em busca do sustento do lar, e morre em função do trabalho que desempenha, é um verdadeiro herói, e nada mais justo que haja um memorial em homenagem a isso”, comentou Gelso Lima, Secretário de Emprego, Trabalho e Renda.

Para o presidente da Abrea, Eliezer João de Souza, o Memorial visa manter viva a memória destas vítimas inocentes e representa um símbolo de resistência e luta contra o mineral que mata milhares de pessoas anualmente, não só no Brasil como em todo o mundo. “’É mais um momento histórico na luta contra o amianto, contra empresas, contra o capital, que visam apenas o lucro em detrimento da saúde e vida de seus trabalhadores. O Memorial é uma homenagem aos que se contaminaram com a fibra assassina e um alerta para as futuras gerações, para que possam evitar que tragédias como essa não se repitam. Essa catástrofe sanitária do século XX não pode se repetir”, enfatizou.

Serviço

Entrega do Memorial em homenagem às vítimas do amianto

Dia: 10/12

Horário: 10 horas

Local: Praça do Expedicionário Mario Buratti

Centro – Osasco

 

Link da matéria: https://abrea-br.noticiasgoianas.com/osasco-entrega-memorial-em-homenagem-as-vitimas-do-amianto/

Cerca de 600 vítimas do cancerígeno amianto têm seus nomes gravados na História: Osasco inaugura memorial v1t4q

As cerca de 600 vítimas do cancerígeno amianto foram homenageadas neste sábado (10/12), em Osasco, São Paulo, com a inauguração de um memorial criado pelo artista brasilense W. Hermusch, que reuniu representações do Brasil e do mundo. A criação do memorial foi uma parceria da Prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (SETRE), com a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA). O memorial é uma escultura chamada “Árvore-Pulmão”, que materializa metaforicamente a luta pela vida de milhares de vítimas do mineral, que no final da vida não conseguem mais respirar em virtude das doenças provocadas pela fibra mortal. 

“É com imensa emoção que estamos aqui inaugurando esta obra, que representa muito para todos nós do movimento anti-amianto. Ela é majestosa e cheia de significado, pois além de homenagear nossos amigos mortos,  celebra a vida, que tanto nossos heróis buscaram em suas lutas diárias contra as terríveis doenças do amianto”, comentou a engenheira civil e de Segurança do Trabalho, Fernanda Giannasi, uma das fundadoras da ABREA, ativista reconhecida internacionalmente por seu trabalho pelo banimento do amianto, que lhe conferiu o Prêmio Faz a Diferença de O Globo de 2017. 

Giannasi também destacou: “Foi a luta destes heróis que tombaram envenenados por esta fibra maldita que é o amianto, assassinados por empresas inescrupulosas que, quando se instalaram em nosso país, já sabiam de sua nocividade, aproveitando-se da boa-fé de nossa gente e, mais ainda, contando que, pelo nosso atraso tecnológico, subserviência e dependência econômica, não iríamos nos contrapor à sua produção suja e perigosa”. 

Além da Árvore-Pulmão, com sete metros de altura, o Memorial em um com o nome de mais de 600 pessoas que morreram em virtude da exposição ao amianto. “Nesta tragédia do amianto, os obreiros entregavam inocentemente o seu cotidiano ao trabalho, que acreditavam estar garantindo o seu sustento e de suas famílias e, por conseguinte, a vida. A cada dia, entretanto, estavam sendo lentamente envenenados. Esta contradição cruel é o que a Árvore-Pulmão expressa”, lembrou Hermusch. 

O Memorial está instalado na Praça Expedicionário Mario Buratti, nas proximidades de onde se situava a Eternit, a maior das unidades da multinacional suíça nas Américas, conhecida produtora de telhas, tubulações, caixas d'água e outros artefatos de cimento-amianto, e que permaneceu na cidade por 56 anos, entre 1937 a 1993, deixando para trás um enorme ivo socioambiental, um legado de contaminação e morte, como fez em vários países, principalmente Itália e Bélgica. O local escolhido para plantar esta ÁRVORE-PULMÃO foi em frente de onde se instalou a maior fábrica do grupo suíço-belga, ETERNIT, fora da Europa.

 “Era sua galinha dos ovos de ouro! Numa área de 150 mil metros quadrados, explorando nossos fartos recursos naturais, instalaram-se em 1939 e por aqui ficaram 54 anos, deixando-nos uma herança maldita de doenças e rejeitos da produção de cimento-amianto espalhados por aí. Vira e mexe alguém nos traz pedaços de telhas quebradas encontradas nos cursos dos rios, em especial o Buçocaba, tão próximo de nós e que desagua no Tietê, depois de percorrer seus 5 km, e onde a ETERNIT despejava sem pruridos seus resíduos tóxicos a céu aberto, poluindo nossos cursos d´água como fazia diuturnamente com o nosso ar, sem se preocupar se isto poderia causar impactos ao meio ambiente ou produzir doenças”, relembrou Giannasi. 

Para a ativista, a inauguração do memorial é um marco: “É o momento de celebrarmos juntos aos familiares e ex-empregados da Eternit, Brasilit, Lonaflex, Thermoid e de tantas outras empresas que se utilizaram do cancerígeno amianto e que permanecem impunes, utilizando-se de todos os subterfúgios e da morosidade de nossa Justiça para fugir de suas responsabilidades de tratar e indenizar suas vítimas”. Segundo ela, a data da inauguração não foi escolhida por acaso: “É a celebração em todo o mundo do Dia Internacional dos Direitos Humanos. Será o quinto Memorial das Vítimas do Amianto em todo o mundo, onde as vítimas deixarão definitivamente de ser meros números de estatísticas de doenças profissionais do INSS e nunca mais anônimos”. 

O secretário de Emprego, Trabalho e Renda de Osasco, Gelso Lima, também lamentou: “É uma tristeza sermos conhecidos como a capital nacional das vítimas do amianto, e em nada este memorial repara a perda dessas vidas, mas nossa intenção é eternizar seus nomes num espaço público para que sirvam de exemplo e que suas famílias saibam que reconhecemos a luta. Quem sai de casa todo dia em busca do sustento do lar, e morre em função do trabalho que desempenha, é um verdadeiro herói, e nada mais justo que haja um memorial em homenagem a isso”. 

Para o presidente da ABREA, Eliezer João de Souza, o Memorial visa manter viva a memória destas vítimas inocentes e representa um símbolo de resistência e luta contra o mineral que mata milhares de pessoas anualmente, não só no Brasil como em todo o mundo. “'É mais um momento histórico na luta contra o amianto, contra empresas, contra o capital, que visam apenas o lucro em detrimento da saúde e vida de seus trabalhadores. O Memorial é uma homenagem aos que se contaminaram com a fibra assassina e um alerta para as futuras gerações, para que possam evitar que tragédias como essa não se repitam. Essa catástrofe sanitária do século XX não pode se repetir”, finalizou.

 

Link da matéria: http://taniamalheiros-jornalista.blogspot.com/2022/12/cerca-de-600-vitimas-do-cancerigeno.html

Banimento do amianto: evidências atuais e a situação do Brasil 5q563n

Leila Posenato Garcia e Valéria Soares Ramos Pinto1

1 - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Escritório Avançado em Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.

*Texto originalmente publicado em espanhol no blog da revista Gaceta Sanitária, disponível em: https://www.campusgacetaeasp.es/bvitado/2022/10/04/prohibicion-del-asbesto-evidencia-actual-y-situacion-en-brasil/

Embora os danos à saúde causados pelo asbesto sejam conhecidos há mais de um século e que, desde a década de 1970 a Organização Mundial da Saúde (OMS) o reconheça como carcinógeno, a maioria dos países no mundo ainda não proibiu seu uso.

Ramada Rodilla et al (2021),1 em revisão da literatura publicada na revista Gaceta Sanitaria, pesquisaram as evidências científicas disponíveis sobre os níveis de exposição ao amianto e sua relação com os efeitos à saúde. Concluíram que, tanto o tipo de fibra, como a intensidade da exposição (concentração de fibras no ar) influenciam o risco de ocorrência de mesotelioma ou câncer de pulmão.

Ainda, Accinelli e López, 2 em editorial publicado em Gaceta Sanitaria, apresentam resultados de diversos estudos que comprovam o efeito da legislação antiasbesto na redução da mortalidade por mesotelioma, não obstante tais resultados não sejam observados imediatamente após a vigência da legislação restritiva, dado o longo período de latência entre a exposição e o aparecimento dos sinais e sintomas do mesotelioma (20-40 anos).

Ainda, os autores chamam a atenção para o fato de que que os países que baniram o amianto são aqueles com mais alto índice de desenvolvimento humano. Na América Latina, citam que “Argentina, Chile, Uruguay y Honduras son las únicas (naciones ...) que han hecho esta prohibición.”

O Brasil é o país mais extenso da América Latina e com maior população. Neste país, a proibição do amianto se deu não por meio da aprovação de uma lei, mas por meio de uma decisão judicial. Em 2017, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei Federal 9.055/1995, que permitia a extração, industrialização, comercialização e utilização do amianto do tipo crisotila. Naquele momento, o banimento do amianto na indústria brasileira havia sido definitivo. 3

Contudo, após manobras judiciais e legislativas, em julho de 2019, foi autorizada a retomada da extração do amianto crisotila em Minaçu, estado de Goiás. A Lei estadual 20.514, 4 sancionada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, autorizou a extração do amianto crisotila. Como a proibição do uso e fabricação de materiais contendo amianto no Brasil continua vigente, o material extraído da mina em Goiás é totalmente destinado à exportação para nações que permitam as aplicações industriais do produto, como Estados Unidos, Alemanha, Índia, Indonésia, Malásia e outros países asiáticos.

Na contramão da decisão de Goiás, outros estados brasileiros aprovaram leis mais restritivas. Por exemplo, no estado de Santa Catarina, foi aprovada a Lei Nº 17.076, em janeiro de 2017, 5 que proibiu o uso de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto, em todo o território estadual. Na capital deste estado, Florianópolis, foi aprovada Lei pioneira no Brasil (Lei N. 10.607/2019)6, que determina a proibição do “uso de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto ou outros minerais que tenham fibras de amianto na sua composição” além tornar obrigatória a remoção e substituição dos materiais que contenham amianto dos prédios da istração pública. Tal Lei também condicionou a aprovação de obras de construção e reforma à apresentação de uma comprovação negativa da existência de quaisquer tipos de amianto.

Nesse contexto, pesquisadores da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) aram a desenvolver projetos e iniciativas, com os objetivos fornecer subsídios para a implementação da Lei Municipal de Florianópolis e ampliar a difusão de conhecimentos sobre os riscos da exposição ao amianto. Destaca-se a publicação do Guia de Boas Práticas em Desamiantagem. 7

Outro fato atual relacionado ao amianto no Brasil é a situação do porta-aviões São Paulo (ex-Foch), que foi vendido pela Marinha Brasileira para um estaleiro na Turquia, onde seria desmontado, mas teve sua entrada barrada naquele País. O órgão ambiental do governo brasileiro, que primeiro autorizou a saída da embarcação do Brasil, determinou o retorno do navio, embora o País tenha ratificado a Convenção de Basileia sobre controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito, que considera os resíduos de amianto como perigosos. 8 O retorno do navio ao Brasil para a remoção do amianto já suscita o debate sobre a segurança na remoção e no descarte dos resíduos de amianto, com vistas a preservar a saúde dos trabalhadores e das comunidades. A remoção do ivo envolve muitos riscos, é um debate na ordem do dia no contexto internacional entre os países que já baniram o amianto, trata-se de um processo que levará décadas, mesmo países mais avançados, como a Itália, após 30 anos do banimento removeu apenas ¼ de material instalado.9

Navio na água

Descrição gerada automaticamente

Foto: Rob Schleiffert/Wikimedia

Embora seja fundamental promover a conscientização da população para os riscos relacionados ao amianto e proteger os trabalhadores expostos na remoção dos materiais contendo amianto, no Brasil, atualmente, a prioridade deve ser eliminar a exposição dos trabalhadores envolvidos nas atividades de extração e processamento do amianto para o transporte em Goiás, uma vez que estes são os que apresentam o maior risco de contaminação e adoecimento pelo amianto no País. Existem diversos relatos da ocorrência de doenças relacionadas ao amianto e óbitos entre os trabalhadores da mina de amianto em Minaçu, apesar de esforços da empresa responsável em ocultar tais ocorrências. Estes esforços foram denunciados em uma reportagem do The Intercept Brasil, intitulada “Doutores da Morte”.10 Também existe movimento da sociedade civil envolvendo a Rede Asiática de Proibição do Amianto (ABAN), a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA), entre outras entidades, exigindo o fim da extração do amianto no Brasil e de sua exportação para os países asiáticos.11 Assim como acontece com o Canadá, cujo banimento ocorreu em 2018, mas a mineração e exportação foram mantidas12. Tal situação é grave e causa um paradoxo de duplo padrão de proteção entre trabalhadores e população. Assim, é urgente o fechamento da mina de amianto em Minaçu-GO, em alinhamento com a conclusão de Ramada Rodilla et al (2011), que afirmam: “Eliminar toda a exposição ao asbesto ainda é a melhor medida para prevenir seus efeitos negativos à saúde” (tradução das autoras).

Referências

  1. Ramada Rodilla JM, Calvo Cerrada B, Serra Pujadas C, Delclos GL, Benavides FG. Fiber burden and asbestos-related diseases: an umbrella review. Gac Sanit. 2022 Mar-Apr;36(2):173-183. doi: 10.1016/j.gaceta.2021.04.001.
  2. Accinelli, Roberto Alfonso, & López, Lidia Marianella. (2017). El asbesto, una epidemia todavía por controlar. Gaceta Sanitaria, 31(5), 365-367. Epub 30 de noviembre de 2020.https://dx.doi.org/10.1016/j.gaceta.2017.02.011
  3. Blog Gaceta Sanitaria. Éxito contra el asbesto en Brasil. Por Leila Posenato Garcia, marzo 2018. <https://bloggaceta.elsevier.es/blog-del-comite-editorial/exito-contra-el-asbesto-en-brasil/>
  4. GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS Secretaria de Estado da Casa Civil LEI Nº 20.514, DE 16 DE JULHO DE 2019. - Vide Decreto nº 9.518, de 24-09-2019 (Regulamento). Autoriza, para fins exclusivos de exportação, a extração e o beneficiamento do amianto da variedade crisotila no Estado de Goiás. < https://legisla.casacivil.go.gov.br/api/v2/pesquisa/legislacoes/100717/pdf>
  5. GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Lei Nº 17.076 DE 12/01/2017. Dispõe sobre a proibição do uso de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto ou outros materiais que tenham fibras de amianto em sua composição Publicado no DOE - SC em 13 jan 2017.
  6. PREFEITURA DO MUNICIPIO DE FLORIANÓPOLIS (PMF). Lei N. 10.607, de 11 de setembro de 2019. Diário Oficial Eletrônico. Florianópolis/SC, segunda-feira, 16 de setembro de 2019. P.11-12. <www.pmf.sc.gov.br/arquivos/diario/pdf/16_09_2019_18.57.15.db9a45e200dc3361be912776c6370464.pdf>
  7. Moreira, A. C. S, et al. Guia de Boas Práticas de Desamiantagem. Fundacentro, São Paulo, 2022. http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/CLT7E1F3EQ8LMA2J43TH6AM15QUSSH.pdf
  8. Folha de São Paulo. Turquia barra porta-aviões brasileiro após denúncias de exportação de resíduos tóxicos. Por Nicola Pamplona, 26 de agosto de 2022. <https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2022/08/turquia-barra-porta-avioes-brasileiro-apos-denuncias-de-exportacao-de-residuos-toxicos.shtml>
  1. Angelini A, Silvestri S. Asbestos Removal Acceleration for New Jobs and Fossil Fuel Use Reduction for Public Health and Climate Readiness: A Contribution to the Revival of the Italian Economy Post-COVID-19. New Solut. 2022 Feb;31(4):434-440. doi: 10.1177/10482911211052694. Epub 2021 Nov 2. PMID: 34726108.
  1. The Intercept Brasil. Doutores da Morte. Por Nayara Felizardo, 6 de Janeiro de 2020. https://theintercept.com/2020/01/06/sama-eternit-medicos-pesquisa-negar-mortes-amianto/
  2. Comunicado à imprensa: Vocês estão nos matando! https://www.abrasco.org.br/site/wp-content/s/2019/01/amianto_press_release_portugues.pdf
  1. GOVERNMENT OF CANADA – Prohibition of Asbestos and Products Containing Asbestos Regulations: frequently asked questions https://www.canada.ca/en/environment-climate-change/services/canadian-environmental-protection-act-registry/prohibition-asbestos-products-regulations-questions.html

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STJ determina paralisação de extração de amianto em Minaçu 432x2p

  1. Decisão da ministra Maria Thereza de Assis derruba liminar que permitia que empresa mantivesse a exploração, apesar de proibição de 2017 do Supremo
    Um julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Sarna Mineração S/A, empresa do grupo Etemit, suspenda imediatamente a exploração de amianto crisotila em Minaçu, cidade no Norte de Goiás. A decisão anulou uma liminar que permitia a realização das atividades no local.

    O POPULA R entrou em contato com a Sarna Mineração S/A, por e-mail enviado às 15h20 desta quarta-feira (23), para pedir um posicionamento em relação à decisão. A reportagem questionou se as atividades já foram suspensas, atendendo à ordem do STJ, mas a empresa afirmou que não se pronunciará sobre o assunto.

    A disputa pela exploração de amianto em Minaçuse arrasta desde 2017, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a extração, produção, venda e uso do amianto em território brasileiro, devido aos riscos nocivas à saúde humana. Após Isso, o Governo de Goiás sancionou uma lei, em 2019, autorizando a extração do amianto para exportação. Com isso, em 2021, a Etemit, responsável pela Sarna, anunciou a retomada da extração.

    No julgamento da suspensão de liminar de sentença, realizado no último dia 16 de novembro, pela relatora ministra do STJ Maria Thereza de Assis Moura, voltou a valer uma liminar concedida ao Ministério Público Federal (MPF), pela Justiça Federal, no ano ado, que impede que a mineradora continue a exploração do amianto.

    AUTORIZAÇÃO A empresa era a única no país que tinha autorização para extração, exploração, comercialização, transporte e exportação de amianto.

    O advogado Leonardo Amarante, representante jurídico da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA) e especialista em casos de amianto no Brasil e no exterior, e especialista em casos de amianto no Brasil e no exterior, comemorou a interrupção das atividades mineradoras.

    "A continuação da exploração do amianto no Brasil é um absurdo e contraria a decisão de 2017.0 amianto é altamente cancerígeno e por isso é proibido em mais de 65 países. Esperamos que o STF siga a determinação de 2017 e mantenha a Sarna parada", destacou.

Osasco entrega Memorial em homenagem às vítimas do amianto tyl

A Prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (SETRE), em parceria com a ABREA (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), entrega no dia 10 de dezembro, às 10h, um memorial em homenagem às vítimas do amianto. Para este evento, estão confirmadas delegações de outros estados brasileiros e de outros países que também lutam pelo banimento do amianto.

Composto pela obra do artista brasilense W. Hermusch, o memorial terá uma escultura chamada “Árvore-Pulmão”, que materializa metaforicamente a luta pela vida de milhares de vítimas do mineral cancerígeno, que no final da vida não conseguem mais respirar em virtude das doenças provocadas pela fibra mortal.

Além da Árvore-Pulmão, com sete metros de altura, o Memorial terá um com o nome de mais de 600 pessoas que morreram em virtude da exposição ao amianto. “Nesta tragédia do amianto, os obreiros entregavam inocentemente o seu cotidiano ao trabalho, que acreditavam estar garantindo o seu sustento e de suas famílias e, por conseguinte, a vida. A cada dia, entretanto, estavam sendo lentamente envenenados. Esta contradição cruel é o que a Árvore-Pulmão expressa”, salientou Hermusche.

O Memorial será instalado na Praça Expedicionário Mario Buratti, nas proximidades de onde se situava a Eternit, a maior das unidades da multinacional suíça nas Américas, conhecida produtora de telhas, tubulações, caixas d’água e outros artefatos de cimento-amianto, e que permaneceu na cidade por 56 anos, entre 1937 a 1993, deixando para trás um enorme ivo socioambiental, um legado de contaminação e morte, como fez em vários países, principalmente Itália e Bélgica.

“É uma tristeza sermos conhecidos como a capital nacional das vítimas do amianto, e em nada este memorial repara a perda dessas vidas, mas nossa intenção é eternizar seus nomes num espaço público para que sirvam de exemplo e que suas famílias saibam que reconhecemos a luta. Quem sai de casa todo dia em busca do sustento do lar, e morre em função do trabalho que desempenha, é um verdadeiro herói, e nada mais justo que haja um memorial em homenagem a isso”, comentou Gelso Lima, Secretário de Emprego, Trabalho e Renda.

Para o presidente da Abrea, Eliezer João de Souza, o Memorial visa manter viva a memória destas vítimas inocentes e representa um símbolo de resistência e luta contra o mineral que mata milhares de pessoas anualmente, não só no Brasil como em todo o mundo. “’É mais um momento histórico na luta contra o amianto, contra empresas, contra o capital, que visam apenas o lucro em detrimento da saúde e vida de seus trabalhadores. O Memorial é uma homenagem aos que se contaminaram com a fibra assassina e um alerta para as futuras gerações, para que possam evitar que tragédias como essa não se repitam. Essa catástrofe sanitária do século XX não pode se repetir”, enfatizou.

Serviço

Entrega do Memorial em homenagem às vítimas do amianto

Dia: 10/12

Horário: 10 horas

Local: Praça do Expedicionário Mario Buratti

Centro – Osasco 

 

Link da matéria: https://abrea-br.noticiasgoianas.com/2022/11/30/osasco-entrega-memorial-em-homenagem-as-vitimas-do-amianto/

MPF obtém decisão do STJ que suspende extração, exploração, beneficiamento, comercialização, transporte e exportação de amianto em Minaçu/GO 5x5c4p

O Ministério Público Federal (MPF) obteve, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a cassação de liminar que autorizava as atividades de extração, exploração, beneficiamento, comercialização, transporte e exportação de amianto crisotila pela empresa Sama S.A. Minerações Associadas, subsidiária da Eternit S.A., sediada em Minaçu (GO).

A atuação no caso teve início em agosto de 2021, quando o MPF ingressou com uma ação civil pública (A) na Justiça Federal de Uruaçu (GO) para que fossem suspensas as atividades da Sama S. A. no local. Por meio da A, de autoria do procurador da República José Ricardo Teixeira Alves, as atividades da mineradora chegaram a ser suspensas, mas foram retomadas em seguida devido a uma liminar concedida ao Município de Minaçu, que recorreu da decisão inicial.

Conflito — O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia proibido, em 2017, a extração, a produção, a venda e o uso do amianto em todo o Brasil. Contudo, o governo de Goiás sancionou uma lei, em 2019, autorizando a extração do amianto para exportação. Com base nisso a empresa, que é uma subsidiária da Eternit S.A., voltou a operar em Minaçu.

O conhecimento científico consolidado há décadas aponta a lesividade do amianto em todas as suas variedades; a inexistência de limites seguros para a exposição ao minério; a existência de riscos elevados de contaminação não apenas para os trabalhadores inseridos na cadeia produtiva, mas também para seus familiares, para as populações circunvizinhas às minas e às fábricas e para os consumidores em geral; e a impossibilidade fática quanto à implementação de medidas de controle destinadas a eliminar o contato com a substância.

Autos 1002022-72.2021.4.01.3505 — Justiça Federal de Uruaçu.

 

Link da matéria: https://www.mpf.mp.br/go/sala-de-imprensa/noticias-go/mpf-obtem-decisao-do-stj-que-suspende-extracao-exploracao-beneficiamento-comercializacao-transporte-e-exportacao-de-amianto-em-minacu-go

Por que o solo de envasamento pode ser uma ameaça ao meio ambiente? 5w2d3j

Por que o solo de envasamento pode ser uma ameaça ao meio ambiente? 205ic

Terra utilizada para cultivar plantas em vasos parece perfeita, mas esconde alguns problemas preocupantes para o meio ambiente e nossa saúde. 1a5c1h

 

Quase todas as plantas que você comprou brotaram antes em algo chamado solo de envasamento, uma mistura que geralmente não contém terra nem adubo. Em vez disso, muitas mudas de viveiro são plantadas em misturas estéreis, sem sujeira de musgos exóticos, fibras e minerais. Nestas misturas, há ingredientes que escondem doenças pulmonares, desperdício de água e uma pegada de carbono colossal.

Então, por que usá-lo? A demanda por solo de envasamento nos Estados Unidos explodiu; o número de horticultores urbanos aumentou 30% nos últimos 30 anos, e viveiros e estufas são as duas indústrias agrícolas que mais crescem no país. Alguns jardineiros afortunados podem cultivar diretamente no solo, mas a terra é muito pesada e fica muito compactada para canteiros elevados e bandejas de sementes.

Essa demanda cresce rapidamente e aumentou a necessidade de três ingredientes-chave da terra para vasos: vermiculita, musgo de turfa sphagnum e coco. Todos eles representam riscos para a saúde ambiental e humana. No momento, a maior conscientização sobre esses riscos é incentivar soluções mais sustentáveis de plantio.

“Cultivar plantas não é rápido nem fácil”, diz Linda Chalker-Scott, professora da Universidade Estadual de Washington, que escreve o blog Horticulturalist Myths. “Se você quer ter um sistema sustentável, precisa fazê-lo corretamente.”

Estes são os três ingredientes mais problemáticos do solo para envasamento.

1. Vermiculita 2t1862

Valorizada na horticultura por sua textura semelhante à pipoca, a vermiculita mineral é extraída e depois cozida a mais de 500°C para ficar em forma de migalhas que vemos no solo para vasos. Mas as minas de onde a vermiculita é extraída, as máquinas pesadas e as usinas de produção que dependem de propano causam estragos ao meio ambiente, assim como a vermiculita contaminada com amianto afeta à saúde humana.

A maior mina de vermiculita dos EUA, em Libby, Montana, foi contaminada com amianto e fechou em 1990 por causa do envenenamento na comunidade. Após 70 anos de operação contínua, a mina de Libby já tinha produzido 80% da vermiculita do mundo. Sua distribuição contaminou centenas de misturas de envasamento, produtos de paisagismo, pastilhas de freio, sistemas de filtragem de cloro, tetos de gotelé e o isolamento de 35 milhões de casas nos EUA. As minas contaminadas com amianto ainda operam na Virgínia, Carolina do Sul e África do Sul.

Felizmente, nem toda vermiculita contém amianto. “O fato de não vermos mais casos de mesotelioma em jardineiros e agricultores é uma prova da baixa porcentagem de contaminação”, pondera Michelle Whitmer, especialista em amianto do Centro de Mesotelioma, “mas a exposição repetida, mesmo a uma pequena quantidade, é perigosa. ”

Os regulamentos de segurança para o consumidor são inexistentes para a maioria dos materiais hortícolas vendidos nos Estados Unidos. E uma proibição completa do amianto pela Agência de Proteção Ambiental ainda está em fase de proposta, 22 anos depois da descoberta de vermiculita contaminada em produtos de jardinagem e gramado de quase 20 diferentes marcas de varejo.

2. Turfa 4h1n3

Feita de camadas esponjosas e encharcadas de matéria vegetal em decomposição lenta, a turfa é o principal ingrediente para os maiores fabricantes de misturas para vasos do mundo. Orgânica, abundante, estéril, leve e não tóxica, pode conter 20 vezes seu peso em água.

Mas as turfeiras também são o maior armazenador terrestre de carbono do mundo, ainda mais do que as florestas. Embora cubram apenas 3% da terra, e as florestas 30%, as turfeiras armazenam o dobro de carbono.

As zonas úmidas, nas quais as turfeiras estão incluídas, estão sofrendo um declínio de 35% desde 1970. O sistema atual de colheita de turfa pode remover mil anos de musgo de turfa sphagnum em apenas uma ou duas décadas. Somente na América do Norte, entre 3 e 5 milhões de toneladas métricas de turfa canadense são enviadas anualmente para o sul no mercado de horticultura dos EUA. Isso não inclui a pegada ambiental que produz o processamento, a embalagem e o transporte, diz Justin Freiberg, do Laboratório de Contenção de Carbono de Yale.

Na Europa, a turfa tem sido colhida durante séculos, principalmente como combustível. Mas hoje, a colheita comercial de turfa é proibida na Irlanda; e o Reino Unido proibirá todas as misturas de envasamento à base de turfa até 2024. O Canadá e os EUA (onde a turfa é extraída em 11 estados diferentes) não têm proibições.

3. Fibra de coco 4q1m1u

Hoje, a alternativa mais popular à turfa é a fibra de coco, feita a partir da casca fibrosa deixada para trás após a colheita do leite e da fruta de coco. A fibra de coco pura é neutra, absorvente e renovável. Valorizada como um produto fibroso por mais de um século, 90% da fibra de coco do mundo é enviada do Sri Lanka e da Índia, onde, apesar de uma histórica crise de água, deve ser repetidamente embebida e enxaguada durante o processamento. Uma vez que os tijolos de coco desidratados chegam ao seu destino, eles novamente requerem grandes quantidades de água para reidratação.

Além do desperdício de água, a indústria deste ingrediente é famosa pelos baixos salários, trabalho infantil e condições de trabalho perigosas. Um estudo recente das fábricas de fibra de coco do Sri Lanka revelou uma taxa de 1063 lesões a cada 1000 trabalhadores por ano.

Alternativas a6d24

Estamos entrando no “terceiro paradigma da mistura de envasamento”, alerta o cientista de solo Charles Bethke. “De solos pesados ​​de jardim esterilizados a vapor para a turfa, ando pelo modelo de fibra celulósica de lignina reciclada”. 

Qual dessas fibras é a mais promissora? De acordo com Brian Jackson, professor e atual diretor do Laboratório de Substratos Hortícolas do Estado da Carolina do Norte (EUA), “todas as organizações profissionais da Europa e da América do Norte acreditam que tanto a fibra quanto os produtos de madeira são os materiais com maior potencial para substituir a turfa”.

Mas a madeira não é a única opção. De talos de milho a cascas de amendoim, de urtigas a mandioca, da grama de praia até o papelão reciclado, há muitas coisas que podem ser transformadas em substrato para cultivo. Essa diversidade de insumos também facilita a mudança do transporte de longa distância para os centros de produção locais.

Chalker-Scott incentiva o foco em recuperar o solo sob nossos pés. “Cem anos atrás, não tínhamos mistura de envasamento”, diz ela. “As plantas se saíram muito bem sem ele. ”

 

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